É,
filho. Era para ser uma semana de conquistas, de alegrias. Afinal,
era a nossa última semana de férias – minhas últimas férias sem
você comigo. Mas abusei, né? Foram tantas preocupações, tanto
nervosismo. E para nada! Estraguei
quase tudo!
Deixa
eu te contar um segredo, filho: sua mãe é muito boba. Sabe por quê?
Porque ela é muito ansiosa (e isso já não é segredo para
ninguém). Eu insisto em sofrer por problemas que ainda não existem
e em me preocupar por antecipação pelo o que pode ser que venha a
acontecer. E me atropelei com a ansiedade por causa da volta ao
trabalho (que cenário vou encontrar?), pelo encontro que se aproxima
(como será com o barrigão? Vai ficar tudo pronto?), pelas coisas da
casa e do seu quarto que ainda precisam ser feitas (por que fiz tão
pouco em 10 dias? E, se era para fazer tão pouco, por que não
aproveitei melhor as férias????) e até pela nossa saúde e minha
estética gravídica (como vou engordar só o que a nutricionista
falou com essa fome que surgiu do nada?). E eu nem vou falar sobre o
medo da sua chegada e da responsabilidade da sua criação... Enfim,
por tudo isso e muito mais, deu o resultado que você, com certeza e
literalmente, sentiu na pele. Foi o período em que eu menos dormi (e
mais dormi mal), que eu me alimentei pior (com a volta da fúria por
doces), que eu menos me exercitei e que eu mais me agitei. Coitado do
seu pai esta semana, filho. Porque, entre cansaço, inchaço, calor,
desânimo, preocupação e desespero por não fazer o que eu
gostaria, o resultado final foi uma falta de paciência com tudo e
com todos – inclusive comigo.
Desculpa,
filho! De verdade, me desculpe! Gostaria muito que a placenta pudesse
proteger você também desse impacto emocional, mas reconheço que é
pedir demais de um corpo que já está nos dando tanto e de forma tão
eficiente, não é mesmo? Tudo o que eu quero é fazer um alerta:
filho, essa não é a melhor forma de lidar com a vida. Essa
antecipação toda não resolve nem impede problema algum, ao
contrário, cria vários. Nesse quesito, aprenda comigo apenas como
NÃO fazer. Eu espero, sinceramente, ter aprendido novas formas de
lidar com esse tipo de situação e tenho esperança de estar mais bem preparada para isso até você
ser maiorzinho. Quero acreditar, de verdade, que tudo isso foi apenas
uma recaída em um processo lento, mas gradual, de recuperação.
Mas, em todo caso, se você, quando estiver fora da barriga, me vir
surtando pela casa, atormentada por problemas que eu ainda nem sei se
existem, lembre-se de uma coisa, meu filho: esse é o melhor exemplo
de como NÃO levar a vida.
Por isso, filho amado, eu imploro, mesmo que você fique perdido, sem saber o que fazer por falta de bons exemplos, NÃO COPIE A MAMÃE! Combinado? Garanto que você será muito mais feliz!
Por isso, filho amado, eu imploro, mesmo que você fique perdido, sem saber o que fazer por falta de bons exemplos, NÃO COPIE A MAMÃE! Combinado? Garanto que você será muito mais feliz!
4 de fevereiro de 2015 - 24 semanas
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