Hoje
completamos 23 semanas juntos, filho. E, por mais incrível que
pareça, mais de 20 semanas desde os primeiros indícios da sua
chegada. E, ainda hoje, eu me assusto, admirada, com as mudanças do meu
corpo. Não é raro eu me olhar no espelho e – ainda! - me assustar
por um milésimo de segundo com a minha barriga. Meu Deus! Eu estou
mesmo grávida! Não é que eu duvide ou me esqueça da sua presença.
É algo muito maior do que isso.
Sabe,
filho, eu nunca fui uma mulher muito dentro dos padrões. Meio
masculina ou pouco feminina nos modos de pensar e me vestir, dirão
alguns. A verdade é que nunca tive aqueles sonhos e desejos típicos
femininos, como casar e ter filhos. Na verdade, houve um tempo na
minha vida em que tinha certeza que isso jamais aconteceria. Isso
foi, claro, antes de conhecer seu pai. Mesmo quando passei a ver
que seria possível passar a minha vida ao lado de alguém, não via
crianças nesse futuro. Não me entenda mal, filho, eu sempre gostei
de crianças. Aliás, em muitos aspectos, eu me identifico muito com
elas. Não tenho tanta paciência, é verdade, mas boa parte dos meus
programas e passeios preferidos são infantis. Por isso adorava
“cuidar” dos meus primos mais novos – meus “laranjas” para
a minha real intenção de divertimento. E sempre adorei cuidar e brincar com sua tia mais nova.
E mesmo
quando o instinto materno aflorou dentro de mim, a gravidez não era a
primeira opção. Eu já me via mãe no futuro, mas não me via
grávida ou com um bebê em casa. A adoção sempre me pareceu a opção mais
lógica – para que colocar mais uma criança no mundo se já
existem tantas por aí precisando de mãe? E eu, ainda hoje, meu
filho, não faço a menor questão de DNA.
No
entanto, à medida em que ia me encontrando melhor nesse corpo de
mulher, comecei a ter vontade de passar por essa experiência de ter
uma vida crescendo em mim. Você não foi acidente ou desvio de percurso,
filho, foi uma decisão muito bem pensada e planejada (até demais,
para ser sincera). Mas, na prática, eu passei muito mais tempo da
minha vida com a certeza de que isso nunca aconteceria do que com a
vontade de que acontecesse. É uma questão
matemática: meu cérebro passou muito mais tempo acreditando na
impossibilidade. E reflexo condicionado é algo muito difícil de se
evitar!
Não
estou triste, arrependida ou em dúvida com a minha decisão. Muito pelo contrário!! Poucas vezes na vida tive tanta certeza de algo. Mas é
impossível não olhar para trás, para as minhas antigas convicções,
e rir de como tudo mudou. Às vezes, é até assustador, mas no bom
sentindo. Renata, você casou e está grávida!
Para mim, uma gravidez, por si só, é algo quase inacreditável. Pense nas transformações e nas adaptações que acontecem no meu corpo! É incrível! Mas uma gravidez MINHA é ainda mais surpreendente. É surreal! E muito, muito divertido!
Para mim, uma gravidez, por si só, é algo quase inacreditável. Pense nas transformações e nas adaptações que acontecem no meu corpo! É incrível! Mas uma gravidez MINHA é ainda mais surpreendente. É surreal! E muito, muito divertido!
Vitória, 25 de janeiro de 2015 - 23 semanas
Comente pelo Facebook:
2 comentários no blog:
Nossa Renata, parece que dá pra ouvir vc falando.
Muito legal o blog, parabéns!!
beijos
Nic
Que bom que gostou, Nic! Fico muito feliz pelo comentário, obrigada!
Postar um comentário