Sobre o dia a dia

Filho, chegamos oficialmente à reta final desta gestação. Dizem que é a mais longa, por causa da ansiedade e do desconforto, mas eu estou duvidando um pouco disso porque as próximas semanas serão tão atarefadas e tumultuadas... Feriados, trabalho, seu chá de fraldas, nosso curso de gestante, lavar suas roupas, terminar de comprar suas coisas, arrumar seu quarto, o restante da casa... Ufa! Algo que me diz que não haverá abril suficiente. E maio... Bem, maio é o seu mês! Em maio você já estará aqui!!

Sabe, filho, a gravidez é um período meio assustador. Às vezes me pego pensando que em menos de dois meses a minha vida mudará para sempre e de uma forma que eu provavelmente não faço ideia. Em poucas semanas, eu terei em minhas mãos em serzinho tão frágil que dependerá de mim e do seu pai para sobreviver! E terei a responsabilidade de transformá-lo em um homem bom, honesto e de caráter. A partir de maio, eu e seu pai jamais estaremos sozinhos, mesmo quando você não estiver mais sob o mesmo teto que nós, e passaremos a ter nossa próprias tradições familiares. É surreal!

Por outro lado, mesmo com tanta responsabilidade batendo à nossa porta, eu nunca estive tão feliz e nunca tive tanta certeza de que você está vindo na hora certa. Filho, estou tão orgulhosa da minha barriga! Estou curtindo tanto meu corpo (mesmo com todos os “poréns”)! É tão legal ver como você já faz parte do meu dia a dia, como já me sinto tão à vontade para conversar com você todos os dias e de ver como você é apenas uma parte da grande revolução pessoal que sua mãe anda fazendo. Você é um belo impulso para alguns saltos no escuro que eu sempre quis dar.

No último ultrassom, eu fiquei ansiosa pela primeira vez. Estava doida para ver sua carinha, sua posição, seu tamanho. O médico acha que você ser um meninão, alto como seu pai. Você já tem cabelo e já pesa 1,5 Kg! Seu quarto está praticamente pronto, só faltam alguns poucos detalhes. Suas roupas já estão separadas para lavar e, finalmente, fechamos a lista das últimas coisas que faltam ser compradas.

Aquela síndrome da arrumação do ninho tomou conta de mim de um jeito que nem eu mesma acredito. Consegui superar seu pai na vontade de organizar a casa. Qualquer 30 minutos servem. E essa casa nunca foi tão minha!

Claro que eu estou doida para ver você chegar! Mas não tenho pressa! Ainda quero fazer muitas coisas até lá. Nossa listinha de tarefas (que seu pai apelidou de “winter is coming” - só para confessar nosso vício em séries) ainda está enorme. Só queria deixar registrado o impacto feliz que você já tem no nosso cotidiano. O quanto você já nos faz mais felizes!

Um abração da mamãe

Vitória, 24 de março de 2015 – 31 semanas