domingo, 13 de dezembro de 2015

A delícia dos últimos dois meses (e quando o ruim pode ser bom)

Postado por Mãe do André às 10:42
Caramba, filho. Você já completou quatro meses. E eu sequer consegui escrever a cartinha do seu terceiro mês de vida! Tanta coisa aconteceu! Você se desenvolve a olhos vistos e está ficando cada dia mais fofo. Engraçado. As cólicas sumiram e me garantiram que tudo seria mais fácil. Não foi. Foi bem mais difícil. Beeeeem mais difícil. Mas foi muito, muito mais gostoso.

Eu não fiz metade das coisas que planejava quando escrevi sua carta de dois meses. Continuo flácida e sem fôlego, doida para voltar a fazer exercícios físicos regulares. Mas me tornei mais ativa, arrastando você em seu carrinho por aí, aproveitando qualquer oportunidade para andar a pé pelo bairro. Já carrego você para festas e lanchonetes, você vai comigo à farmácia e ao supermercado e até ao cinema juntos nós já fomos! Pequenas grandes vitórias na vida de uma mãe.

Você cresceu 15 centímetros desde o nascimento e engordou 900 gramas só no mês passado! E muda sem parar: o cabelinho está ficando mais claro, várias roupinhas já precisaram ser aposentadas, o pescocinho está durinho e você já controla sua cabeça e suas mãos. Aliás, ver você conseguindo pegar os objetos que quer é uma coisa incrível. É uma conquista dos últimos 10 dias, que você não para de testar. É tão bonitinho ver a concentração e o esforço que você precisa fazer para levar os dedinhos ao que você está olhando. Durante as mamadas, você leva as mãos no meu rosto, passa os dedinhos no meu braço e no meu seio, uma delícia! Beber água com você no colo, agora, é bem mais difícil, rs. E olha que você tem ficado bastante tempo no colo, filho. 

Não é dengo ou manha ou o fato de você estar "mal acostumado" (como odeio esses rótulos!). É que agora é oficial: você tem refluxo, filho. E suas crises de dor e azia se mostraram muito piores do que as crises de cólica do mês anterior (vai ver que o tal probiótico da gravidez fez mesmo algum efeito contra as cólicas). Essas crises de choro são mais espaçadas e não duram tanto quanto as de cólica, mas são mais sofridas e muito mais intensas. Você está mais expressivo e eu conheço mais os seus sinais. E identificar a dor nos seus olhinhos é algo muito difícil de lidar hoje em dia. E agora você chora dizendo "ai ai", é de partir o coração! Além disso, as dores prejudicaram seu sono, alteraram a frequência e o tempo das mamadas e acrescentou um desafio a mais na rotina. Foi um novo período de adaptação que, hoje, acredito que está sendo consolidado. Acho que já estamos aprendendo a lidar com isso, graças também aos três remédios diferentes que você precisa tomar diariamente (oh dó!). Agora a suspeita é alergia, já que além da piora do refluxo apareceram manchinhas em todo o seu corpinho. Primeira providência: mamãe sem leite e chocolate na dieta. Que difícil, filho! Ficar sem leite condensado, doce de leite e sem queijo!!! Meu Deus, jamais imaginei que fosse tão mais difícil viver sem queijo do que viver sem chocolate. Pensando pelo lado positivo: pelo menos agora eu emagreço!

Você também passou a acordar mais de madrugada e tem acordado mais cedo de manhã. E como nem sempre consegue dormir mais do que 20 minutos durante o dia por conta do desconforto, o resultado é uma mamãe bem cansada. Com um agravante: suas avós raramente puderam me ajudar nesses últimos meses. Mesmo assim, não posso reclamar, filho. Você ainda dorme melhor que a maioria dos bebês por aí, eu não estou trabalhando e posso sempre contar com sua avó para ir a um médico (e foram muitos neste mês!) ou mesmo para descansar no fim de semana. Percebi que ficar lamentando as dificuldades faz a gente perder o foco do que realmente interessa: as coisas boas desta nossa convivência. E foram tantas nesses últimos dois meses!!

Você está bem mais ativo e interage muito com o papai e a mamãe. É uma mala velha, com um sorrisão sempre estampado no rosto (quando não está com dor, claro!). Você está aprendendo a gargalhar e adora uma farra com a mamãe. Basta eu rebolar, me sacudir ou ficar "mordiscando" seu corpinho para você se acabar em risada! Que delícia! Dá vontade de ficar fazendo isso o dia inteiro!

Seus olhões atentos se tornaram verdadeiras antenas parabólicas, captando tudo ao seu redor. Você acompanha meu dedo quando mostro os bichinhos na parede do seu quarto, olha atento e empolgado  os seus livrinhos quando eu conto história, se empolga com a água caindo do chuveiro. E agora dá gritinhos! E seus pulmões vão muito bem, obrigada, rs. E quando você resolve conversar? Que delícia! Fica ali, mexendo a boquinha, juntando vogais e rindo quando eu imito seus sons. Às vezes você parece mais um gatinho miando! Somos capazes de ficar horas ali, dialogando em "baleeis" (vide "Procurando Nemo"). Cada troca de fralda chega a durar 20 minutos, porque aproveito para brincar, conversar e amassar você - muito! Tenho vontade de beijar você inteirinho sem parar, o tempo todo (chamo isso de "surra de beijo" e você morre de rir).

Confesso que tanta interação e energia em um bebê que não senta, não engatinha e nem sequer consegue segurar um brinquedo por mais de 5 segundos pode ser bem desafiador! Às vezes eu não sei o que fazer com você!!! Como brincar um dia inteiro com um bebê? Fico meio perdida. Uso todo o arsenal que disse acima, leio livrinhos para você, coloco no tapetinho de atividade (você adora!). Mas tem dias que eu já fiz tudo isso três vezes e ainda é meio-dia! Definitivamente, tenho que sair mais para passear com você!

Mesmo mais difíceis em tantos aspectos, esses meses foram uma delícia, filho. Tirando a questão do refluxo (e suas consequências para o sono e as mamadas), a cada semana fica mais fácil, mais gostoso, mais gratificante. Agradeci muito a Deus por ter tido o privilégio de poder escolher ficar em casa com você e curtir cada pequena novidade, cada nova conquista. Por poder ficar por conta quando você precisa. É simplesmente apaixonante ver você, pouco a pouco, ir se transformando em um menininho, ir aprendendo a domar e a controlar seu corpinho.

Como eu sempre digo ao seu pai, se fosse fácil não se chamaria filho. Mas é uma delícia. E cada sorriso, cada gargalhadinha, cada interação nossa faz tudo valer a pena. Eu não tenho dúvidas, é um privilégio ser mãe. A sua mãe. Amo muito você, meu filhotinho!

Vitória, 5 de outubro de 2015 - 4 meses e 6 dias

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