![]() |
Cada uma que mamãe faz... (como deixar o protetor de seio na foto!) |
A verdade é que eu estou aprendendo a ser mãe. Você está aprendendo a se comunicar e, infelizmente, bebês não falam. Nós ainda estamos nos conhecendo, né filho? E o único método possível na maternidade é o da tentativa e erro. Para eu descobrir o que você gosta e o que faz você feliz, eu preciso ir fazendo. E aí, só quando eu faço algo que você odeia, que deixa você "magoado" ou muito bravo é que sei que aquilo não funciona. Só assim dá para saber que não funciona! Mas dói!!!!!!!!! O coração aperta por saber que todo aquele choro sofrido (do qual, eu sei, você não vai se lembrar) poderia ter sido evitado se eu soubesse que aquela roupa estava incomodando, que aquele choro era de fome (sim, de novo!) e que aquele outro era só porque a fralda estava suja. Faz parte. Mas eu sempre me cobro. Gostaria tanto que esse aprendizado dos seus sinais fosse mais rápido...
Mas o que me faz me sentir péssima de verdade não é isso. É errar naquilo que eu já aprendi. Se eu sei que você tem refluxo, porque eu insisto em dar o peito de novo, só para acalmar, se percebo que você já está satisfeito? Se eu sei que mais leite só vai aumentar seu desconforto, porque faço isso com você??? Se eu já aprendi a que horas você "começa a noite", porque não troquei a sua fralda antes dessa mamada? Se eu sei que você é meu reloginho britânico porque esperei tanto e fui dar banho em você bem na hora que você queria mamar? Eu sei, eu sei. Toda mãe erra. Ainda mais nesta fase. E você não vai se lembrar (esse é um mantra que eu vivo repetindo para mim mesma, rs). Até hoje não cometi nenhum erro grave, que tenha arriscado sua integridade física, e tenho dado a você muito carinho, o máximo que eu posso. É isso que fica. Das dorzinhas você não vai se lembrar.
Eu sei, eu sei!!! Mas eu ainda me sinto meia-boca. Parece que eu ainda não peguei o jeito. Que esse negócio de maternidade não engrenou, que eu estou precisando "pegar no tranco". Pode ser só o cansaço. Pode ser só a ação dos hormônios. Mas, filho, sendo muito honesta, pode ser só a realidade mesmo. Eu ainda sou ruizinha nesse negócio de maternidade. Ainda sou uma mãe mais ou menos mesmo. E tudo bem. Não escrevo essas palavras em busca de elogios ou exaltação. É até de alma leve. Vai ver é assim mesmo. Quando a gente começa a andar, os passos são vacilantes, um andar de bêbado. E foi assim também até com o Usain Bolt. Quando começamos a escrever, a letra é garrancho, as palavras espelhadas, as frases incompletas. E isso até com Neruda ou Clarice Linspector. Quase ninguém aprende a andar de bicicleta sem cair e, ao mesmo tempo, ninguém gosta ou quer se machucar. Ninguém tira a rodinha com a intenção de se acidentar. Não é verdade?
Então, filho, eu tenho muita esperança de que é isso o que tem acontecido com a gente nesses primeiros meses: o passo vacilante antes da corrida, o garrancho antes da poesia, a rodinha antes do circuito de mountain bike. Eu queria que essa consciência pelo menos diminuísse a minha culpa pela dezenas de pequenas bobagens que eu tenho feito. Não diminui. Mas ao menos me dá esperança de que todas as trapalhadas sejam passageiras. Sim, filho, você tem uma mãe meia-boca, bem "mais ou menos". Mas eu espero sinceramente que isso seja um estado temporário. Por isso, meu filho, peço que você tenha um pouquinho mais de paciência. A mamãe ainda está em construção!
São Pedro de Ratis, 25 de setembro de 2015 - 3 meses e 27 dias
Comente pelo Facebook:
0 comentários no blog:
Postar um comentário