Ei,
filho! Acho que preciso pedir desculpas, né? Que semaninha nós
tivemos, não? Acho que se eu acreditasse nessas coisas diria que
passamos por uma fase de inferno astral, rs. Deixa eu explicar porque
você sofreu tanto aí dentro.
Não
foi uma semana fácil, filho. Para mim, foi uma das semanas mais
estressantes da minha vida! Daquelas em que tudo o que poderia dar
errado, deu. Várias vezes. E de novo! Estou muito ansiosa e preocupada com o
que eu preciso fazer nas próximas duas semanas. A preocupação
principal é o trabalho. Em duas semanas eu saio de licença e parece
que nada do que eu faço diminui a lista das coisas que eu preciso
terminar antes disso! Mas na vida pessoal a lista de tarefas também
não diminui e eu preciso recorrer a tudo o que aprendi nos últimos
anos para não ter uma crise de ansiedade e surtar de vez.
O
pior é que também não foi um semana nada fácil para o o seu pai.
Eu me arriscaria dizer que foi uma das piores da vida dele. Justo o
seu pai que faz questão de fazer tudo certinho... Ele não merecia
tanto aborrecimento. Sabe, filho, nós dois estivemos uma pilha de
nervos essa semana. Até brigar feio a gente brigou! Coisa que não acontecia há um ano ou dois! Nossa, e como
isso me fez mal! Parece até que ainda não passou – e já faz dois
dias! E esses são os motivos de tanto rebuliço aí dentro, filho.
Mesmo sabendo que não é o momento, sou humana e não tive como
ficar imune a tanto estresse. Você tem razão de reclamar, mamãe
abusou mesmo! Mas eu achei que o fim de semana de ócio e a alegria
do mutirão que arrumou o seu quartinho poderiam compensar (foi lindo
tanto apoio dos amigos, né?). Eu realmente achei que depois disso
estaríamos melhor.
Filho,
estou preocupada. Cólicas e dores intensas que eu não sentia,
inchaço mesmo de pernas para cima, dificuldade para dormir mesmo com
tanto cansaço... Até que ponto tudo isso é natural dessa fase?
Quando isso se transforma em um sinal de que eu deveria procurar o médico? O problema, filho, é que até
semana que vem eu não posso prometer diminuir o ritmo!!! Eu sei, eu
deveria. Mas não dá! O que eu posso prometer é menos estresse.
Afinal, as minhas principais fontes de preocupação estão quase
todas resolvidas. O trabalho está encaminhado, o pior já passou
para o seu pai, a burocracia está controlada, seu quartinho pronto e
a mala da maternidade também. Mas o ritmo ainda será pesado
fisicamente. Você pode me ajudar? E, principalmente, esperar mais um
pouquinho? Só um pouquinho!
Daqui a duas semanas, nesse horário, estarei de licença me dedicando exclusivamente a você. Eu só preciso de duas semanas. E prometo que elas não serão tão difíceis como a que passou. Mas eu preciso ter certeza de que você está bem. Por favor, filho, fique bem! Aguente só mais duas semaninhas. E, depois disso, aguente mais um tempinho aí dentro da mamãe. Um tempo que, eu prometo, será mais tranquilo. Ainda está cedo para você sair, mas já já estaremos nos encontrando. Sei que foi uma semaninha daquelas, mas já passou, filho. Já passou. Promete ficar aí dentro mais um pouquinho? Temos um combinado?
Daqui a duas semanas, nesse horário, estarei de licença me dedicando exclusivamente a você. Eu só preciso de duas semanas. E prometo que elas não serão tão difíceis como a que passou. Mas eu preciso ter certeza de que você está bem. Por favor, filho, fique bem! Aguente só mais duas semaninhas. E, depois disso, aguente mais um tempinho aí dentro da mamãe. Um tempo que, eu prometo, será mais tranquilo. Ainda está cedo para você sair, mas já já estaremos nos encontrando. Sei que foi uma semaninha daquelas, mas já passou, filho. Já passou. Promete ficar aí dentro mais um pouquinho? Temos um combinado?
Beijos,
mamãe
Vitória,
20 de abril de 2015 – 35 semanas
Comente pelo Facebook:
0 comentários no blog:
Postar um comentário