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O antes e depois do seu quartinho |
A primeira foi simples e aconteceu logo que você aprendeu a rolar para fora do tapetinho de atividades e quando passou a ter mais controle das mãozinha a ponto de conseguir agarrar o mosquiteiro: abaixamos o estrado do berço e trocamos a cadeira de amamentação de lugar para abrir um espaço de brincadeiras. Assim, montamos o tapete de EVA que sua tia emprestou e você podia rolar à vontade.
Pensando nisso, eu e seu pai decidimos fazer um quarto que fosse para você e onde você pudesse brincar em segurança (afinal, não temos varanda, quintal nem área de lazer no prédio). Também gosto muito da ideia de Montessori de que o quarto precisa ser visualmente confortável e "clean", isto é, organizado, com poucos brinquedos, poucos móveis e sem muita informação visual (pois, segundo ela, em vez de estimular acabamos
agitando demais a criança). Bem, eu e sei pai gostamos de coisas simples e qualquer filosofia que diz que precisamos de "menos coisas" neste mundo tão consumista é uma filosofia que vamos seguir. Então, fizemos uma decoração simples, que se resumiu a colar alguns adesivos de bichinhos nas paredes brancas. Alguns foram, sim, colados no alto, mas a maioria ficou bem próximo do chão, no local que já estava destinado a ser seu cantinho de brincadeiras. Alguns tios vieram ajudar nessa parte e era engraçado a dificuldade deles de entender por que eu queria colar adesivos atrás da cadeira de amamentação (é que eu já estava pensando em um futuro em que ela não estaria mais lá, rs). Além disso, compramos um hack baixinho para colocar os brinquedos a seu alcance e que, inicialmente, serviu de mesa de apoio para os primeiros meses de amamentação.
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Eu, ainda grávida, no dia em que terminamos de arrumar seu quartinho |
Mas algumas coisas dessa "moda Montessori" eu não entendia. Abrir mão de cômoda para suas roupinhas era uma delas. Ficar sem berço nos primeiros meses era outra. Acho muito legal a ideia ter liberdade para se movimentar dentro do seu próprio quarto, que não dependa de um adulto para sair da própria cama, mesmo ouvindo de muita gente o conselho de manter o berço "o máximo de tempo possível", pois quando a criança aprende a andar "acaba o sossego". Ouvi um monte de mãe dizendo que colocar uma criança no colchão no chão é arrumar trabalho extra, pois ela iria ficar saindo toda hora. Mas sabe o que eu acho? Que esse "trabalho" é inevitável. Uma hora, mais dia, menos dia, você vai ter que tirar o seu filho do berço e ensinar a criança a ficar na cama. E onde está a maior chance de sucesso: na criança que dorme na cama desde muito pequena ou naquela que ficou presa no berço até que suas tentativas de fuga se tornassem perigosas demais? Naquela que começa a aprender as regras desde cedo ou na que demorou a provar essa "liberdade"? Cada criança reage de uma forma, André, mas tenho a impressão que o berço só complica as coisas a longo prazo.
Mas colocar um recém-nascido no chão (seja no bebê conforto, seja num moiséis, seja no colchão) não fazia nenhum sentido para mim. Se tenho que trocar fralda o tempo todo ou amamentar a cada 2 horas, ficar abaixando e levantando assim só ia acabar com nossa coluna (e seu pai já tem problema de coluna). Se você ainda não se movimenta, não engatinha nem se rasteja a ponto de conseguir sair sozinho do colchão, por que não facilitar a vida do papai e da mamãe? Então, fizemos assim, misturamos o quartinho tradicional com o montessoriano. Tínhamos berço (que vira mini-cama, já pensando no futuro), cômoda com trocador e mantivemos o armário onde ficam nossas as toalhas e roupas de cama (não tínhamos outro lugar para isso). E a ideia inicial era desmontar o berço quando você começasse a engatinhar ou se arrastar por aí.
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Você conhecendo seu novo quartinho sem berço |
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O momento exato em que descobriu a barra e ficou em pé sozinho pela 1ª vez |
A primeira noite fora do berço também foi muito mais tranquila do que o esperado. Brincamos bastante com você no quartinho novo, deixamos você explorar bastante o ambiente, subir e descer apoiado na barra um zilhão de vezes. Quando chegou a hora de dormir, fizemos o mesmo ritualzinho de sempre (banho, músic ouvindoa, peitinho e cama) e você capotou. Colocar você no chão não foi tão difícil como achei que seria, em alguns aspectos era até mais fácil pois em vez de dobrar as costas, era só ajoelhar no chão macio de EVA. E você dormiu muito bem, como todas as noites, sem mudar nada dos seus hábitos noturnos - continuou acordando uma ou duas vezes para mamar.
O mais bonito foi que, no dia seguinte, acordamos de manhã ouvindo sua vozinha empolgada no quarto. Eu e seu pai temos uma filosofia, filho, que bate muito com o que diz Montessori: se você não está chorando ou resmungando é porque não está precisando de ajuda, não está precisando da gente, está bem. Então deixamos você quieto, fazendo o que quer que você esteja fazendo. Evitamos ao máximo entrar no quarto para não quebrar sua concentração e para não interromper você. Sabemos que se você precisar da gente, ou quiser companhia, vai chamar. E foi assim também nesse dia. Percebemos que você já estava acordado e, em vez de ir até o quarto, ligamos a babá eletrônica para ver o que estava acontecendo. E você estava NO MEIO DO QUARTO, BRINCANDO!!! Tinha saído do colchão, ido até o hack, pego seus brinquedos e se divertia empolgado com sua independência. Foi tão lindo! E olha que você nem engatinhava direito. Todas as inseguranças foram embora. E eu e seu pai ainda ficamos curtindo preguiça na cama, cochilando, conversando e mexendo no celular por uns QUINZE (QUIN-ZE!) minutos. Só quem é mãe e pai sabe como são preciosos esses minutinhos e o quanto é maravilhoso não ter que pular da cama e sair em disparada para atender uma criança em prantos.
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O quarto já com o EVA |
Seu quartinho foi mudando aos poucos. No fim de janeiro, saiu o berço e entrou a barra. Em meados de fevereiro colocamos o tapete de EVA em todo o quarto. Em março, comprei um espelho de acrílico (não quebra) junto com outras mães que se uniram para dividir o frete da internet - mas ele só foi instalado no dia 2 de abril. Também tinha minhas dúvidas se isso era mesmo importante, mas algumas amigas psicólogas me incentivaram muito, pois afirmam que é algo maravilhoso para você conhecer seu corpinho. Como você já adorava um espelho, imaginei que, na pior das hipóteses, poderia ser útil no futuro, quando você começar a mudar sua própria roupa e a se pentear sozinho (o espelho tem 1,20 metro de altura). E você, mais uma vez, reagiu com empolgação. Você a-do-ra o espelho. Dá gargalhadas sozinho, interage com o reflexo, é uma coisa linda de ver. É lindo ver sua autonomia dentro daquele quarto, seu desenvolvimento, sua alegria. Como é bom voltar atrás e mudar de ideia, não é?
Seu quartinho ainda não está pronto. Eu e seu pai precisamos nos organizar melhor para começar o revezamento de brinquedos (veja mais aqui e aqui também), já está começando a ter coisas demais. Na verdade, eu acho que seu quarto nunca vai estar realmente pronto. Acho que ele precisa ser constantemente adaptado às suas necessidades e às fases do seu desenvolvimento. Agora que você engatinha pela casa toda com desenvoltura, o lixo de fraldas virou armadilha e precisa ir embora. Acredito que daqui a poucos meses você já vai estar andando e não vai mais precisar da barra. Quem sabe não coloco uma mesinha? Um
ganchinho para você pendurar sua mochila quando chegar da creche? Um cantinho para você mesmo tirar o uniforme e trocar roupa sozinho?
Enfim, as possibilidades são muitas e as mudanças constantes. O mais lindo dessa filosofia é a ideia óbvia mas nem sempre fácil, de que eu, como mãe (e seu pai também), observe você com atenção e entenda quais são suas necessidade e seus interesses em cada fase. O quarto é uma simples consequência de um objetivo sublime: respeitar você, filho. Respeitar seu momento, suas necessidades. E ajudar você a aprender a fazer sozinho, incentivar sua autonomia (autonomia, não independência - nenhum bebê pode ser independente). Afinal, no fundo ser mãe é isso, né? Ajudar você a se virar, a se descobrir, a se cuidar, a fazer sozinho. A crescer!! Incentivar você para que eu seja cada vez mais desnecessária.
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Quando o espelho chegou |
Enfim, as possibilidades são muitas e as mudanças constantes. O mais lindo dessa filosofia é a ideia óbvia mas nem sempre fácil, de que eu, como mãe (e seu pai também), observe você com atenção e entenda quais são suas necessidade e seus interesses em cada fase. O quarto é uma simples consequência de um objetivo sublime: respeitar você, filho. Respeitar seu momento, suas necessidades. E ajudar você a aprender a fazer sozinho, incentivar sua autonomia (autonomia, não independência - nenhum bebê pode ser independente). Afinal, no fundo ser mãe é isso, né? Ajudar você a se virar, a se descobrir, a se cuidar, a fazer sozinho. A crescer!! Incentivar você para que eu seja cada vez mais desnecessária.
Vitória, 21 e 25 de abril de 2016 -10 meses e 22-26 dias
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O quartinho hoje, agora que você tem 1 ano e 5 meses |
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