domingo, 2 de agosto de 2015

Pequenas grandes vitórias na vida de uma grávida

Postado por Mãe do André às 07:15
Ah, Filho! A gravidez é um período engraçado. Sou daquelas que defende que não é doença, mas, às vezes, é quase! Isso porque o funcionamento do seu corpo não é “normal”, quero dizer, algumas coisas que você sente e que passa a conseguir ou não conseguir fazer poderiam ser sintomas muito preocupantes do ponto de vista médico se eu não soubesse que você está aqui!



Eu confesso que me divirto. Acho realmente engraçadas essas limitações (tá, às vezes é chato também, me irritam, mas nem sempre). O mais engraçado é que nada é constante, estável. As sensações de hoje podem ser completamente diferentes daquelas da semana passada ou da semana que vem. Às vezes, subir as escadas é apenas subir as escadas. Às vezes, elas se transformam no Everest, com o ar rarefeito, e exigem a força de Hércules. Em alguns dias, ir à padaria ou ao supermercado é apenas comprar comida. Em outras, parece uma prova de resistência: minhas pernas e minha barriga parecem pesar 1 tonelada e eu tenho a sensação de andar como o boneco de Marshmallow do filme “Os caça-fantasmas”: em câmera lenta e fazendo o chão tremer a cada pisada.

Às vezes é ridículo. Fico agarrada na cama e no sofá, como uma tartaruga com o casco para baixo, dependendo do seu pai se transformar em alavanca (ou seria um guindaste?) para me tirar de lá. Em outros dias, nem parece que estou grávida, de tão ágil e independente que fico. Já tentei observar o que provoca essas diferenças de disposição. Se é o clima, o dia em que faço ou não exercícios, o que como ou deixo de comer, o quanto dormi à noite. Tudo parece influenciar um pouco, mas nada parece ser definitivo para explicar tanta mudança. Eu agradeço muito ter me mantido ativa até agora – e levanto as mãos aos céus por nosso médico ter insistido para que eu fizesse ginástica/fisioterapia para grávidas. Esses exercícios com certeza foram um divisor de águas na minha mobilidade e independência. Lá, descobri que não só era capaz, como deveria fazer alguns movimentos que eu achava serem proibidos ou impossíveis para uma grávida (abaixar, agachar, murchar a barriga, etc). Acho que é graças a isso tudo que, agora, prestes a completar 40 semanas, tenho algumas pequenas grandes vitórias no meu dia a dia. Claro, como disse antes, não é todo dia que eu consigo realizar essas coisas, mas só quem está ou já ficou grávida sabe como, nas últimas semanas de gravidez, alguns pequenos gestos banais podem ser comemorados como vitórias olímpicas:

- Lavar e, principalmente, enxugar os pés no banho (digo enxuto de verdade, não úmidos);
- Calçar um tênis sozinha (levei 15 minutos, mas consegui!);
- Calçar um tênis;
- Pegar qualquer coisa do chão sem usar os pés;
- Ter roupas confortáveis para vestir;
- Ter roupas que caibam;
- Fazer uma bela refeição sem ter azia depois;
- Mudar de posição na cama de madrugada sem sofrer e sem ajuda;
- Subir um lance de escadas em menos de 5 minutos;
- Dormir mais de 4 horas seguidas;
- Dormir (simplesmente!);
- Levantar do sofá ou de uma cadeira baixa sem ajuda;
- Não ir ao banheiro de madrugada (sim, é possível! Raro, mas possível);
- Ir apenas uma vez ao banheiro de madrugada - já é o máximo!
- Vestir uma calça sem perder o fôlego

Ah! Tenho certeza de que está faltando algo nessa lista. Mas também tenho certeza de que, apesar de todas essas limitações, ainda vou sentir falta do barrigão e de você dentro de mim.


Vitória, 22 de maio de 2015 – 39 semanas + 5 dias

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